A humanidade mover-se-á com a ajuda de valores cristãos e socialistas ou desaparecera.

A pandemia Covid 19 e a guerra Rússia/Ucrânia desmancharam, de forma irreversível, as formas de relacionamento das pessoas e dos países. O futuro da Humanidade, renovada e mais justa, deverá ser reconstruída em torno de valores cristãos e socialistas, como estratégia de sobrevivência.
Este é o assunto mais importante a ser debatido, neste momento de grande confusão política, em todos os países. Continuaremos a cultivar o atual ideal do capitalismo liberal, ou as formas hibridas dos autoritários socialismos russo e chinês, que nos conduziram a atual confusa situação?
É preciso renovar se quisermos sobreviver com dignidade e paz.
Socialismo é aqui entendido como um sistema democrático de organização e de ações políticas do Estado, prevalecendo nas decisões de interesse público os aspectos sociais, com o atendimento das necessidades básicas das pessoas. Isto acontecerá não só por imposição de Leis, mas principalmente com a cooperação de decisões pessoais, conscientes, honestamente fundamentadas em valores cristãos: paz, solidariedade, compaixão, amor ao próximo, justiça e liberdade.
É indispensável um mínimo de ética, interiorizada em cada pessoa, balizando as ações cotidianas. Refiro-me àqueles valores morais transmitidos pelo cristianismo, fonte primeira da Civilização Ocidental. Hoje, afastada desses valores, as sociedades não mais encontram motivação para a união entusiasta na procura do caminho adequado para a construção do bem comum.
Pessoas não se tornam éticas por força das Leis, mas sim por convicções morais, que tem como principal fonte a pregação religiosa. Com a palavra as silenciosas religiões cristãs históricas.
Foi assim que a humanidade progrediu e chegou aos nossos dias, apresentando fantásticas conquistas, em todos os campos de atividade do ser humano, bem como inaceitáveis amplos cenários de miséria, além da progressiva deterioração do meio ambiente. É impensável estabelecer um necessário novo pacto social/político com a atual injusta e degradante distribuição do poder político e da riqueza gerada.
Não existem outras alternativas políticas, justas e democráticas, a serem discutidas. Todas fracassaram no atendimento das necessidades e expectativas das populações, privilegiando sempre a classe dominante.
O tempo que nos resta para afastar a tragédia da luta fraticida, entre a maioria dos cada vez mais pobres e a minoria dos detentores do poder político, econômico e do saber tecnológico, é a do tempo que está sendo oferecido pela desorganização política dos miseráveis.
A atual caótica campanha eleitoral no Brasil é a prova real da total falta de referência moral e de responsabilidade pelos destinos da pátria nas propostas apresentadas – prevalecem os interesses pessoais ou de grupos específicos. Por que não permitem candidaturas sem a necessidade de filiação partidária? Seria a uma maneira de propiciar a abertura de outras possibilidades, para a eleição de centenas de cidadãos e cidadãs competentes, honestos, patriotas, verdadeiramente comprometidos com a promoção da justiça.
Valores cristãos e socialistas, permeando a vontade da maioria, conduzirão as sociedades à estilos de vida austeros, no efetivo respeito à paz, à dignidade natural das pessoas e no atendimento das suas necessidades básicas.

Eurico de Andrade Neves Borba, 81, aposentado, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.    eanbrs@uol.com.br