“PREPAREM-SE PARA O INFERNO CLIMÁTICO”
(Antônio Guterres, Secretário Geral da ONU, na Conferência sobre o Clima, COP 27, realizado no Egito em dezembro de 2022).

“As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível” ... “Estamos a caminho do inferno climático” ... “Ou chegamos a um Pacto de Solidariedade Climática – ou a um Pacto Coletivo de Suicídio”.
Ousaremos discordar do Secretário Geral da ONU e de sua assessoria internacional? A ONU está nos alertando sobre a forte probabilidade da espécie humana vir a desaparecer.
O que está acontecendo hoje surpreende os especialistas pela rapidez das alterações climáticas, até agora só esperadas para o futuro próximo. Chama atenção a atual onda de calor no hemisfério norte e as chuvas intensas no hemisfério sul. Os polos derretem suas milenares geleiras aumentando, pouco a pouco, o nível dos mares, o que obrigará milhões de pessoas a migrarem para lugares mais altos ou distantes das orlas marítimas, abandonando suas cidades. Os sistemas de produção agropecuários registram transtornos nas épocas de preparo das terras, semeaduras e colheitas, apontando para uma escassez mundial de alimentos. O Uruguai está com dificuldades no fornecimento de água potável para a sua população. A Argentina sofre uma severa seca que prejudica a produção agrícola, aumentado suas dificuldades econômicas e políticas.
Estas tragédias não ocorrerão, com todas as suas forças, este ano, mas em dez ou quinze anos vamos começar a sentir os efeitos catastróficos, globalmente. Por isso precisamos, solidariamente, nos unir e começar a assegurar as medidas para diminuir o aquecimento da atmosfera e preparar as novas formas de organização e de convivência das populações, da produção agropecuária e da economia como um todo. Será necessário um amplo debate sobre as necessárias explicitações e atualizações das exigências Institucionais da Democracia e da Liberdade, dos sistemas jurídicos, que se tornarão necessárias, em face das imposições e condicionamentos de uma nova configuração ambiental.
Todos os povos, honestamente conscientizados sobre a tragédia que nos espera se nada for feito, devem ter bem claro em suas mentes, como uma ideologia coletiva, a defesa e a promoção da vida para todos.                    

Eurico de Andrade Neves Borba, 82 anos, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, eanbrs@uol.com.br

Publicado no Diário do Poder, Brasília, em 1/8/2023