Eurico Borba, Relexões sobre a Crise Global ......

Sociologia´, Política e Religião

Textos

Caminhávamos...
Caminhávamos


Era de tarde, mais para o fim do dia
mas havia um sol glorioso preparando-se para se esconder.
O mar estava com ondas fortes e o sudoeste soprava fresquinho.
Eu caminhava em direção ao final do Leblon
e tu vinhas em direção ao Arpoador.
Linda – cabelos soltos, short, tênis, camisa solta com a inscrição
paz.
- Mila minha filha – gritei forte, com a alegria do encontro, ao passarmos lado a lado.
- Pai que susto, não faça assim... estava pensando na vida, longe,
e você dá este berro? Me assustou.
Nos abraçamos, nos beijamos, segurei tua mão, combinamos jantar.
Continuamos a caminhar, não podíamos perder o ritmo.
Olhei para trás e ainda te vi, minha filha querida, bela,
se perdendo na multidão
e na bruma que começava a se formar.
Não jantamos.
Não te encontro mais nas minhas intermináveis caminhadas...
Quero tanto te ver, jantar contigo, conversar, segurar tua mão,
fazer você dormir e depois te colocar no berço.
Um beijo meu amor, vou continuar a te procurar sempre.
Em algum lugar, algum dia nos encontraremos de novo e vai ser muito bom...


(8/8/2010, Dia dos Pais, mais de quatro anos longe da Maria Emilia)
Eurico de Andrade Neves Borba
Enviado por Eurico de Andrade Neves Borba em 23/08/2010


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