Eurico Borba, Relexões sobre a Crise Global ......

Sociologia´, Política e Religião

Textos

Reflexão pouco usual

Reflexão pouco usual

Publicado no Globo Online de 25/10/2019

Gostaria de estar escrevendo sobre flores e crianças lindas, mas o panorama global do planeta me obriga alertar para a catástrofe que nos aguarda, já que os responsáveis por tal missão estão se omitindo e mentindo, enganando o povo sobre o futuro.
O mundo atual encaminha-se para o caos. Somente novas formas de pensar, de organizar e fazer funcionar as sociedades poderão superar a anarquia instalada.
O estilo de vida consumista e individualista, que se fixou como padrão de comportamento e de pensar, precisa mudar.
A catástrofe global não acontecerá proximamente, mas em poucas décadas todos nós estaremos enfrentando a grande questão de como sobreviver. Leiam os relatórios científicos sobre o assunto.
Vivemos num mundo que foi decidido no passado. Precisamos criar o futuro das novas gerações, responsavelmente, agora enquanto resta algum tempo.
A questão ambiental não encontra a devida atenção de tal forma que possamos começar estabelecer as medidas que poderão vir a salvar a humanidade.
A automação está nos conduzindo a um terrível dilema: - não haverá empregos para todos. Robôs, inteligência artificial, substituirão seres humanos – só os mais capacitados intelectualmente sobreviverão.
Nos últimos três séculos, o desnível na distribuição da riqueza gerada está aumentando de forma moralmente inaceitável.  Em algumas décadas uma divisão física se imporá entre os que possuem e desfrutam dos cada vez mais sofisticados bens e serviços e os que vivem do outro lado dos “muros”, sobrevivendo com as “esmolas” que os governos deverão providenciar. Com a atual dinâmica política não podemos sequer sonhar em propiciar uma pobreza digna, para a maioria das pessoas marginalizadas.
É provável que as atuais configurações politicas conduzam a violentas confrontações físicas desordenadas, sem objetivos concretos a serem conquistados, apenas motivadas pela reação à insuportável forma, cínica e injusta, da convivência instalada – prestem atenção nas manifestações que já estão ocorrendo em vários países.
A alternativa da ação politica democrática – a saída humana disponível – encontra-se com instituições, leis e práticas que não mais funcionam como deveriam, por força das novas formas de atuar da mídia, da propaganda e da maneira como as pessoas estão se educando, se informando e se comunicando. Informações superficiais e muitas vezes mentirosas, destinada a atender aos interesses da classe dominante.
Não há como o Estado – responsável pela promoção do bem comum – não passar a ter uma ação mais presente nas sociedades, ao lado da atuação dos mercados livres e socialmente regulados.
A supremacia da ética, nas relações humanas, não é instrumento de trabalho da economia ou da administração, e sim da politica. Os pressupostos éticos que conduziram a humanidade a patamares de convivência humana, esperançosa de um futuro mais justo na Civilização Ocidental, hoje paradigma do ideal politico a ser alcançado por todos os povos, foram o resultado da pregação das Igrejas Cristãs. A recuperação de tais pressupostos, se aceitos pela maioria, passariam a permear a vida dos povos fundada no efetivo reconhecimento da dignidade inerente às pessoas e no seu destino transcendente, fazendo desabrochar a consciência da necessária solidariedade ¬– possibilidade real de um novo começo para a esta humanidade desorientada.


Eurico de Andrade Neves Borba, 79, aposentado, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Caxias do Sul


PS - Peço aos que concordarem que divulguem, dado a gravidade do assunto






Eurico de Andrade Neves Borba
Enviado por Eurico de Andrade Neves Borba em 25/10/2019


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras