Respeitem o IBGE

O IBGE é uma instituição que merece respeito e admiração. Desde de 1938 pesquisa e publica os indicadores sociais, econômicos e estudos geográficos necessários ao conhecimento da realidade nacional e mapeia, em várias escalas, o nosso território. A liberdade de investigação é um pressuposto que jamais foi deixado de lado. Já disseram que "o IBGE é a consciência do Brasil".
É de se ressaltar que desde a sua fundação não aconteceu nenhum escândalo de roubos ou de distorções nos resultados das pesquisas, por incompetência ou por pressões políticas. Que houve atrasos na divulgação dos resultados é verdade, já que ao longo dos anos os recursos, destinados ao financiamento da Instituição, quase sempre ficavam bloqueados nos Ministérios aos quais estava subordinado.
Credibilidade e competência são os apanágios da Instituição. Os funcionários de todo o Brasil, ao entrarem no IBGE, parece que são imediatamente inoculados com o "vírus profundo amor pelo IBGE", e passam a pertencer à grande família ibegeana. O respeito e a consciência da importância do trabalho que realizam afloram e passam a comandar suas ações. Os ibegeanos sabem da importância do órgão para planejar o futuro da nação e poder julgar, com razoável exatidão, o que está acontecendo agora com a nossa população e a economia.
O IBGE é o que os seus honrados, competentes e dedicados funcionários são.
Todos os funcionários, na ativa ou aposentados, não gostam nem aceitam quando adventícios petulantes e arrogantes, logo ao chegar e assumirem posições de chefia, (por indicações políticas), começam a querer modificar a estrutura e o funcionamento da Casa, quase centenária, sem dialogar com os que estão ali trabalhando, há anos. Assim procedendo vão dar com "os burros n'água".
Destruir o IBGE é muito fácil: basta continuar entregar a Instituição para incompetentes e arrogantes, que não dialogam, nem são humildes em reconhecer que desconhecem as sutilezas do trabalho de coleta, critica e divulgação dos dados e informações, importantes para o nosso Brasil.

Eurico de Andrade Neves Borba, 84, Diretor Geral de 1970/79 e Presidente do IBGE de 1992/1993